segunda-feira, 27 de maio de 2013

1º encontro - 25/05/2013

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR – FORMAÇÃO CONTINUADA

Sugestão de estudo proposta pelo professor Anderson Machado, Técnico Pedagógico da disciplina de História, do NRE/Jacarezinho.

O texto sofreu pequenos ajustes, conforme entendimento da coordenação da Equipe.
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1. Manifesto Frente Três de Fevereiro;
2. Democracia racial;
3. No Go Area - Dialética da Malandragem;
4. Música: "Quem policia a polícia";
5. Lei 10639/03.


1.  Vídeo: Zumbi somos todos nós- parte 1 . Filme produzido pela TV Cultura, chamado DOCTV, 2007.
                Duração: 9’15” 
1.1.        Refletir e responder, em forma de texto, às questões a seguir.

a)  Quais são as cenas apresentadas no início do filme?
b)  Noel Carvalho, um sociólogo e cineasta, faz algumas considerações. Sobre o que ele fala?
c)  Julita Lemgruber é uma socióloga e ex-ouvidora da polícia do Rio de Janeiro, segundo ela, como a polícia identifica e aborda uma pessoa suspeita?
d)  Nicolau Sevcenko, é um historiador e relata como a polícia surgiu e qual é a função dela na sociedade. Diante disso, como pode ser interpretada a ação da polícia, para quem serve e qual a diferença dela com o restante da população? Qual é a fala dele em relação à polícia e às classes sociais heterogêneas?
e)  Na segunda fala da socióloga Julita Lemgruber, é explicitado que o embate que a polícia tem é justamente com o jovem negro. Qual a consideração que se pode fazer diante desse fato?
f)   O que a música "Quem policia a polícia" relata? Quais as reivindicações feitas intrinsecamente?
g)  O que o cidadão entrevistado, no final do vídeo, relata sobre a ação de policiais e a sua pessoa  e como ele age diante de uma situação em que existem policiais?



2.         Vídeo: Zumbi somos todos nós- parte 2. Filme produzido pela TV Cultura, chamado DOCTV, 2007. 
                   Duração: 6’54”


2.1.    Refletir e responder, em forma de texto, às questões a seguir.

a)  No início da segunda parte do vídeo, um policial se aproxima de uma pessoa (que está com uma câmera nas mãos e filmando), pede os documentos. Qual é o relato feito pelo policial sobre a abordagem na periferia e em uma área nobre da cidade?
b)  Segundo o policial, qual a atitude da polícia em uma área pobre?
c)  Quando o entrevistado pergunta ao policial como ele identifica a sua cor, o policial diz que é "parda”. Qual é a explicação que o mesmo dá após dizer isso?
d)  Qual é a reação do segundo policial diante da pergunta: “De que cor o senhor acha que eu sou?”, e qual a visão dele diante da pergunta: “De que cor o senhor é”? O que se percebe com essas perguntas e as respectivas respostas?
e)  Vera Malagutti, a socióloga entrevistada, relata que não descrimina a polícia, pois a mesma é selecionada de uma maneira diferenciada, o que se entende sobre isso?
f)   A socióloga Julita Lemgruber, diz que “o policial no RJ, não tem cor a partir do momento em que veste o uniforme”. O que isso evidencia?
g)  O historiador Nicolau Sevcenko, explica sobre a ação policial na época da Ditadura Militar no Brasil. Como os presos eram conduzidos? Isso faz ou não menção à escravidão e à questão do negro em si?
h)  Quando a socióloga  Julita Lemgruber, expõe a questão de que a polícia está em uma área para atuar de acordo com a “ordem da elite dominante e que em todas as etapas do funcionamento do sistema da justiça criminal existe o racismo”. Será que isso realmente é uma verdade, existem exceções?

3.  Vídeo: Zumbi somos todos nós- parte 3 - Filme produzido pela TV Cultura, chamado DOCTV, 2007.
          Duração: 6'29

3.3. Refletir e responder, em forma de texto, às questões a seguir. 

a)  Em meio às apresentações em diversas redes televisivas, como pode ser entendida a questão de racismo no meio futebolístico? Será que isso acontece apenas no mundo do futebol?
b)  A antropóloga Lilia Schwarcz, relata que quando questionava sobre preconceito racial- se existia ou não-  96% das respostas eram "não".  Quando as pessoas eram indagadas sobre conhecer alguém que tem preconceito racial, 99% das respostas eram "sim". A resposta “exata” da pergunta é que a existência do racismo acontece, mas o racista é o “outro”.  O que dizer diante desse fato?
c)  O Frei David, diretor executivo EDUCAFRO, fala sobre a problematização do negro e a segregação? Aponte os pontos principais de sua fala. 

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REFLEXÕES DA EQUIPE


Conforme o Vídeo: Zumbi somos todos nós- parte 2. Filme produzido pela TV Cultura, chamado DOCTV, 2007, observa-se que a desigualdade de tratamento entre brancos e negros é reconhecida como uma das mais perversas dimensões da sociedade brasileira.
No tocante à educação, saúde, renda, e o acesso a empregos estáveis, violência ou expectativa de vida, os negros se encontram submetidos às piores condições. Dado os fatores históricos e os constrangimentos raciais que ainda hoje operam no país, as políticas universais têm se revelado insuficientes face ao objetivo de enfrentar a discriminação e desigualdade racial. A presença do racismo, do preconceito e da discriminação racial como práticas sociais, aliadas à existência do racismo institucional, representa um obstáculo à redução daquelas desigualdades, obstáculo este que só poderá ser vencido com a mobilização de esforços de cunho específico.
Neste contexto, o tratamento dispensado pela polícia não é diferente, apesar da negação que ocorra a discriminação. Desta forma o vídeo, convoca a sociedade a se posicionar diante da urgência latente desta realidade, denunciando o esquecimento que a justiça, o poder público e a grande mídia tentam imprimir à questão do racismo, frente à cidadania.
Há uma analogia à forma de reconduzir os negros que fugiam das fazendas, amarrados pelo pescoço uns aos outros - atitude que faz menção aos capitães do mato, à da função inicial dos policiais.
As desigualdades raciais no Brasil configuram-se como um fenômeno complexo, constituindo-se em um enorme desafio para governos e para a sociedade em geral. A título de exemplo, o primeiro presídio no Brasil contava com uma população carcerária de 95% de negros.
De forma inequívoca pode-se afirmar que o racismo é subjacente à justiça criminal. De acordo com Luciana Jaccoud , a luta no campo jurídico é um recurso que tem sido pouco utilizado pela sociedade brasileira e, quando usado, seus resultados em termos de punição são praticamente inexistentes. As causas apontadas para as dificuldades de aplicação do direito no campo racial são várias, sendo citadas, entre outras, a necessidade de provas e testemunhos, e a resistência dos membros da polícia e do judiciário em dar encaminhamento e esses inquéritos e processos.

O claro que o racismo sempre existiu em todas as esferas sociais. Diante de acontecimentos, como por exemplo,  quando o jogador argentino Desábato ofendeu o jogador brasileiro Grafite, chamando-o de de "negro, crioulo, macaco" ,  a mídia divulgou amplamente e  então  colaborou para a  discussão sobre  racismo.  
O racismo é um tipo de preconceito que fere toda a sociedade, não só no meio esportivo.        
Na análise da antropóloga Lília Shuarcz, apresentada no vídeo ” Zumbi somos todos nós”- parte 3, percebemos que todos  os entrevistados se dizem não racistas que conhecem pessoas racistas, ou seja, segunda ela, é como se cada indivíduo fosse uma  ilha de democracia, cercado de racista por todos os lados, numa tentativa de , em público, camuflar o ranço da sociedade escravocrata refletida dentro de cada um.
Frei Davi, diretor de EDUCANDAFRO, comenta uma realidade que muitas vezes nos passa despercebida:  o negro foi vítima de uma sociedade branca, não foi o negro que criou a sua condição  de escravo.   Àqueles que criaram a escravidão cabe o dever de  resolver o problema que se apresenta.

Neste contexto entendemos  que a sociedade não pode calar. Somente lutando por seus direitos ela se vislumbrará, de fato,  igualitária.



REFERÊNCIAS


THEODORO, Mário; JACCOUD, Luciana; OSÓRIO, Rafael Guerreiro; SOARES, Sergei.   As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil 120 anos após a abolição. 2ª edição. IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Novembro de 2008.

Frente Três de Fevereiro.  Disponível em: http://www.frente3defevereiro.com.br/Acesso em 25 jun 2013.

Vídeo: Zumbi somos todos nós. Filme produzido pela TV Cultura, chamado DOCTV, 2007. Parte 1, disponível em: www.youtube.com/watch?v=xKVVdf3Enu0 . Parte 2, disponível em:www.youtube.com/watch?v=JVF3uoPnGyI . Parte 3, disponível em:www.youtube.com/watch?v=20byc-_ZBx8 .Parte 4, disponível em: www.youtube.com/watch?v=kEHi0h-kGKg . Parte 5, disponível em:www.youtube.com/watch?v=pIwy4hTi1CY
Parte 6, disponível em:www.youtube.com/watch?v=HGIqyOe9CrQ .Parte 7, disponível em: www.youtube.com/watch?v=PDW9nSM5B-Y . Acesso em 25 jun 2013.






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